“Há 15, 20 anos, nós não tínhamos uma preocupação evidente com o tema. O tema emergiu à medida que a sociedade se torna mais complexa. Cada vez é maior a necessidade do aditivo social, que é a confiança”, disse Antonio Raimundo dos Santos. “Esse é o momento em que as empresas públicas e privadas têm a oportunidade de se reposicionar no mercado por meio do compliance, que nada mais é do que condutas éticas apropriadas e necessárias para que cada pessoa se posicione dentro da empresa e a empresa no mercado. Quando todos tiverem feito o compliance, teremos um ambiente melhor”, destacou Marlus Arns.
O diretor da Plaenge ressaltou, porém, que o compliance deve ser mais que um conceito. “Não resolve nada o compliance se os proprietários das empresas não tiverem isso arraigado como princípio”, disse Fabian.
As condutas empresariais decorrentes da Operação Lava Jato, afirmam os convidados do evento, apontam para uma transição no ambiente econômico, com reflexos também no âmbito social. Atitudes de prevenção e análise de risco passaram a ser adotadas pelos empresários, mas é preciso comprometimento de toda a sociedade para que as transformações ocorram. “O único titular do poder é o povo. Nós todos temos que participar, virar uma liderança. Vamos agir, dar um passo que seja cada um de nós além das nossas obrigações diárias para que as coisas mudem”, destacou Carlos Fernando Santos Lima. “A Lava Jato é uma oportunidade apenas, mas não muda nada o sistema”, acrescentou o procurador.
“Os desafios são gigantescos, mas também tem condições de resolver. Para isso tem que funcionar o sistema de controle interno (das empresas), o controle preventivo. Prevenir os problemas é, de fato, o desafio que o País tem hoje”, avaliou o mediador do debate desta quarta-feira, o jornalista e presidente do Observatório de Gestão Pública de Londrina, Fábio Cavazotti.
O superintendente do Grupo Folha, José Nicolás Mejía, observou que o evento expôs os diferentes pontos de vista sobre um mesmo tema, mas que ao final convergiram para uma única solução. “É preciso encontrar um caminho a ser desenvolvido para melhorar a sociedade como um todo, a sustentabilidade das empresas. Como empresas a gente vê a importância de criar um processo de ética, de compliance, de fazer controles internos reais e esse é um processo contínuo.”
O EncontrosFolha é promovido pelo Grupo Folha e conta com o patrocínio da Vectra Construtora e Isae/FGV. O evento acontece três vezes por ano, como um espaço de debate de temas relevantes para o desenvolvimento do Paraná.
A cobertura completa do evento será publicada na edição do fim de semana.
Reportagem Local